quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

H1N1


H1N1 - Gripe A
Escrevo este artigo com máscara na boca. Na parte de fora, claro.
Na parte de dentro tenho língua, dentes, uma tampa de caneta e umas migalhas de água e sal. Tudo me pertence.

Mais uma vez safámo-nos. Já conseguimos culpar as Vacas, as Aves, desta feita são os Porcos. Escumalha! Cambada de animais! Era enfiá-los na prisã…no talho. Atrás das grad… das vitrinas.

Posso dar uma sugestão? Para a próxima podíamos culpar os Peixes, ou os Moluscos, sei lá.
Porque não? Estão sempre dentro de água, quando chove e quando faz sol.
Já estou a imaginar a abertura do noticiário:
“Atenção, pandemia eminente - É a Gripe do Choco”.  

Penso que estão de parabéns todos os que têm feito um esforço por minimizar os riscos de contágio, mas isto pode trazer consequências severas e irreparáveis.

Os alunos andam muito mais asseados do que andavam antes.
Até mete dó.

É isto que pretendemos? Já viram o risco que estamos a correr?
E se eles se habituam, o que vai ser de nós?

Todos os procedimentos, quer na escola quer fora dela, podem levar à extinção da velha gripe, da qual ainda vamos ter muitas saudades (neste momento estou a limpar as lágrimas).

Aviso já, continuando com este tipo de acções que previnem o contágio, rapidamente virá o arrependimento (agora já estou a comer bolachas novamente).

Mas o pior está camuflado.
Ainda assim, muitos de nós já perceberam a mensagem subliminar.

Estamos a dizer às crianças que “andar imundo é errado”, “quem não é limpo não é civilizado” e “não vale tocar nas maçanetas”.
Parece um jogo infantil. Só falta dizer: “quem estiver sujo perde”.

É urgente denunciar esta situação.
E quem está ligeiramente menos aprumado fica em que pé?
Não há lugar para nós no Mundo? Para onde nos devemos dirigir?
O que vai ser feito de nós? Quem me mexeu nas bolachas?

É preciso fazer algo para mudar esta perigosa preposição.

Não podemos ficar de braços cruzados! Até porque, a regra dita “que se cubra a boca e o nariz ao tossir e espirrar”.
Por estes dias, os braços daqueles que são mais asseados estão cheios de germes e não convém colocar as mãos por esses sítios.

Joel Dimitri

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