quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Educar ?

Serve o presente espaço para colmatar uma necessidade social, a necessidade de colocar periodicamente nas conversas o debate sobre a Educação.
Também poderíamos falar sobre máquinas de café mas isso dava pano para mangas e provavelmente nunca chegaríamos a consenso.

Para a ordem do dia devemo-nos interrogar se:
Ainda é possível educar nos dias de hoje?
Se sim, a partir de que horas?

Longe de mim sequer ousar responder a estas questões, até porque não tenho relógio nem faço ideia em que dia estamos.
Acontece que, relativamente à Educação, estamos numa altura em que se lê e ouve tanta palermice da boca de gente séria que faz falta ouvir e ler seriedade da boca de gente palerma.
Ora bem… é aqui que eu entro.
Não que tenha alguma seriedade para dizer mas, como palerma, sou sobejamente reconhecido. O leitor rapidamente o constatará.

Educação significa, etimologicamente “trazer para fora” isto porque, segundo Platão todos nós teríamos conhecimento antes de chegar à Terra, conhecimento este que ficaria guardado dentro de cada um, e do qual perderíamos a consciência no trajecto Céu – Terra.
Educação seria assim a tarefa de “trazer para fora” aquilo que cada um já teria no interior.
Só por esta breve resenha provavelmente já merecia ser condenado sob pena de atentado à filosofia.

Isto passou-se há 24 séculos e parece-me que assisti a isto à 24 horas atrás.
Hoje em dia esta concepção não está ultrapassada pois aquilo que as crianças aprendem é também “trazido para fora”. Frequentemente à força, em virtude da sua apatia.
“Arrancado a ferros” será porventura o termo actualizado.

Só tenho a acrescentar que, muitas vezes, a luta de tentar “trazer para fora” é interrompida em detrimento de algo que preferíamos que a mesma criança tivesse “guardado lá dentro”.
Os próprios colegas de carteira se costuma queixar que houve alguém que “trouxe qualquer coisa para fora” causando náuseas nas redondezas, nesse caso só há uma solução. Abrir as janelas.

É por volta desta altura que obtemos uma possível resposta à pergunta inicial: Talvez esta não tenha sido uma boa “hora para educar”.

Joel Dimitri

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