Começa mais um ano lectivo.
Fiz o máximo que pude para o impedir, juro. Mas nada feito.
Não tenho crédito em lado nenhum.
Só resta enxaguar as lágrimas e arranjar comprimidos.
Não vale a pena desesperar por antecipação pois de certeza que não será tudo mau. Certamente algumas coisas serão menos boas – a continuidade deste artigo é exemplo disso mesmo.
Mas, se não fugimos até aqui aguentamos mais um ano, não é?
Vamos a isso.
Dizem que as primeiras aulas são as mais importantes. Nelas se define grande parte do comportamento que os alunos vão ter ao longo do ano.
Como registou o poeta e filósofo Lucrécio há 22 séculos:
“Accidere ex una scintilla incendium passim” – Às vezes de uma pequena centelha acontece um incêndio.
Nestes momentos iniciais há que redobrar a atenção aos pormenores para não nos arrependermos mais tarde.
Mas há mais duas coisas essenciais a fazer.
A primeira é: não dar ouvidos ao que digo.
A outra coisa a fazer, muito menos importante que a primeira obviamente, é: escolher ponderadamente as regras e ser firme na sua aplicação.
Aproveito o espaço para partilhar algumas das regras que decidi aplicar neste início de ano e com as quais serei pouco tolerante.
1.º - Não autorizo que andem em pé pela sala, em cima das cadeiras e das mesas com os meus sapatos calçados.
2.º - Não autorizo que me dêem ordens. Por exemplo que me mandem sair do armário ou voltar para a sala de aulas.
3.º - Não autorizo que metam dedos pelo meu nariz dentro sob a desculpa de investigação;
4.º - Não autorizo que me colem pastilhas na roupa interior por muita piada que a minha família ache a isso;
Penso que será com este crescente nível de exigência que a nossa educação chegará a bom porto.
Porém, se tenho exigências para com os alunos também as devo ter para comigo.
É por isso que me comprometo a tirar a cabeça de debaixo da mesa e espreitar mais vezes… para ver se ainda estão todos na sala.
Joel Dimitri
Um comentário:
FILHO ÉS PAI SERÁS CONFORME FIZERES ASSIM ACHARAS
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