quarta-feira, 19 de maio de 2010

Educar em Maio



Mês de Maio, mês das peregrinações.
O que há para dizer às crianças sobre este antigo ritual?
E será que elas sabem o que significa peregrinação ou ritual?
Seja como for não importa, ao final de três palavras elas já não estão por perto.

Que peregrinações existem? Onde começaram?
Não espere encontrar a resposta nas próximas linhas.

Durante os tempos Medievais na Bretanha, os homens pediam em casamento deixando um ramo de espinheiro à porta da sua amada no primeiro dia de Maio, se o ramo fosse lá mantido significaria que ela aceitava a proposta. Se quisesse recusar fá-lo-ia saber substituindo-o por uma couve-flor.

Talvez seja indiferente ou talvez esta tivesse sido uma das razões pela qual o mês de Maio tenha sido designado, em alguns países, por Mês das Noivas.
Nesses países o mês de Maio é visto como um mês propício ao Casamento.

Serve esta extensa nota introdutória para me referir à peregrinação mais longa, de todas que o ser humano experimenta – o Casamento. Se bem que tem sido uma peregrinação cada vez mais encurtada.

Na igreja católica Maio é o mês de Maria, na mitologia Romana Maia era identificada como Bona Dea – Boa Deusa.

Tentando centrar o assunto nas crianças, será que podemos inferir que Maio é propício a lidar com esses mamíferos de palmo e meio?

Eu arrisco no sim.
Há dois factores que levam a acreditar nisso, a saber:
Maio é o mês do trabalhador e ora, se é o nosso mês, temos aí um bom motivo para cumprir com o nosso papel de forma especialmente satisfatória.

O segundo factor diz respeito às atitudes peregrinas tão amplamente noticiadas neste preciso mês.
Desta atitude resulta algum sofrimento, que é banalizado por todos aqueles que ficam com as crianças dos que caminham.
Quem convive com crianças experimenta uma penitência a tempo inteiro.

Sofrimento a sério têm todos aqueles que caminham e acompanham crianças simultaneamente.

Curiosamente encontramos quem não veja sentido nos que sofrem fisicamente pela devoção, mas pague para sofrer fisicamente, seja com piercings, tatuagens ou diversas mutilações, por motivos estéticos.

Em boa verdade, de todos os rituais auto-infligidos, o rito da peregrinação deve ser um dos que menos incomoda.

Ainda não decidi se faça alguma penitência neste mês mas, se fizer, terá que envolver pedras quentes e diferentes óleos.


Joel Dimitri

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